Cinegrafista perde entrada dos noivos e empresa de filmagem é condenada
Advogado diz que não vai recorrer da decisão em 2ª instância.
Noiva vai receber R$ 10 mil por danos morais.
Uma empresa de filmagem de casamentos foi condenada pela Justiça de Minas Gerais porque o cinegrafista chegou atrasado e perdeu a entrada da noiva, do noivo, dos padrinhos e das damas de honra. Em decisão de 2ª instância, a empresa vai ter que pagar R$ 10 mil por danos morais a uma empresária que se casou em Belo Horizonte.
Cabe recurso da decisão, mas o advogado que representa a parte processada informou ao G1 que não vai ser apresentado mais recurso. A sentença é do dia 13 de maio e foi divulgada nesta terça-feira (31) pela assessoria de imprensa do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG).
De acordo com o TJMG, em abril de 2008, a noiva contratou a filmagem do seu casamento, realizado na basílica Nossa Senhora de Lourdes em agosto de 2009. O preço do serviço foi acertado em R$ 1,2 mil. No dia do casamento, o cinegrafista chegou à cerimônia com dez minutos de atraso.
De acordo com o TJMG, em abril de 2008, a noiva contratou a filmagem do seu casamento, realizado na basílica Nossa Senhora de Lourdes em agosto de 2009. O preço do serviço foi acertado em R$ 1,2 mil. No dia do casamento, o cinegrafista chegou à cerimônia com dez minutos de atraso.
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O cinegrafista, que segundo o TJMG é sócio-gerente da empresa, teria se confundido sobre o horário, achando que a celebração seria às 21h e não às 20h. Ainda segundo o que foi relatado pela encarregada do cerimonial à Justiça, ele teria tentado resolver a situação, mobilizando sua equipe. Mas, até que a filmagem começasse, várias entradas já haviam ocorrido.
O processo foi aberto em janeiro de 2010. "No dia mais importante da minha vida, com o qual eu sonhava desde a minha adolescência, vi minhas expectativas totalmente frustradas”, disse à empresária à Justiça.
Ainda segundo o TJMG, a empresa de filmagem disse que só foi contatada pela mestre de cerimônias às 20h11, mas admitiu que perdeu aproximadamente dez minutos da celebração. Ao G1, o dono da empresa disse que "chegamos 15 minutos atrasados e perdemos as entradas".
Ele ainda contou que, depois do casamento, ele fez um vídeo com fotos e o áudio original do coral das entradas que a filmagem não registrou e colocou o resto da cerimônia, gravada pela equipe deles, em um DVD e o entregou a noiva. Antes do processo, o empresário disse que propôs um acordo à noiva de devolver o dinheiro relativo ao contato e mais 50% deste valor como multa, mas ela não teria aceitado. O dono da empresa afirma que vai cumprir a decisão da Justiça. "Tenho 21 anos no mercado e tenho uma responsabilidade muito grande. A gente já fez mais de 1,1 mil casamentos nestes anos, e nunca tinha acontecido esse tipo de problema. Este foi o primeiro", declarou.
O valor inicial da indenização era de R$ 5 mil em primeira instância e foi aumentada após recursos apresentados pelo réu e pela noiva. Em novembro do ano passado, a empresária alegou que queria receber de volta a quantia paga pela filmagem mais a multa rescisória prevista em contrato e pediu, além disso, o aumento da indenização pelos danos morais. "Pois é evidente que a situação causou aborrecimento e irritabilidade que excedem a normalidade, acarretando aflições e desequilíbrio ao bem-estar da autora", disse o desembargador Marcos Lincoln.